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Paz e Amor.
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Sempre há muito o que fazer. Sempre há muito o que entender. Sempre há muito o que sofrer. Qual é o limite de cada um? Muitas vezes, as descrições sobre os limbos nos levam a entender que há diferenças significativas entre os seres humanos duplinados, isto é, encarnados, e os seres humanos Intai, os “espíritos”. De alguma maneira, a ênfase entre a realidade vivida pelos seres duplinados ou “encarnados” refere-se ao âmbito da sua experiência limite. Os limbos, já abordados sobre os seres Intai, são importantes, uma vez que trazem para a compreensão daquilo que eles “podem” no alcance da convivência com os seres Aintai, ou seja, os “encarnados”. Então, o correspondente relaciona-se ao tanto que se pode carregar na experiência física encarnada duplinada.
“Certa vez, dois amigos levavam um vaso cheio de areia. A areia tinha uma função específica no final da sua trajetória. Os dois deveriam levar esse vaso, pois, pela forma e pelo tamanho, não só pesava muito, quanto não se tinha um jeito de segurá-lo. Então, desde o primeiro passo, ao tentar erguer o vaso, ambos reclamaram:
– “Não vamos conseguir levar isso”.
Apesar de estarem bastante desajeitados, inclinava-se de um lado, virava-se de outro, e o vaso estava cada vez mais difícil de ser carregado. Um deles teve uma suposta brilhante ideia. Se levassem o vaso até o destino final, o vaso ficaria cada vez mais pesado. Então, a ideia era deixar a areia displicentemente ir caindo. Desta forma, o vaso ficaria mais leve, ou, pelo menos, o mesmo peso, já que ele ficaria cada vez mais pesado. E assim fizeram. Ao longo da trajetória, iam displicentemente, “ingenuamente”, deixando a areia aumentar o espaço vazio interno do vaso. À medida que foram andando, por outro lado, foram dispersando juntamente com a areia, para onde deveriam ir, e se esqueceram aonde deveria levar o vaso. De alguma maneira, a trajetória ficou marcada por partículas de areia espalhadas pelo caminho. De alguma maneira, as memórias e os sensos faziam parte do conteúdo das areias. O fim da trajetória constituiu-se do fim da areia, e lá estavam eles em um lugar desconhecido, sem saber porque levavam um vaso grande e vazio. Eles se perguntavam:
– “Por que tanto esforço para não levar nada?””
A experiência humana, à semelhança da estória, diz-se daquilo que carregas em sua experiência de vida que, ao tentar se desfazer do seu conteúdo, traça um abismo entre o sentido e a experiência. A experiência do corpo é a experiência do vaso – aquilo que trazes para a vida, independentemente se aparentemente seja difícil de carregar. Quanto mais tentar se desfazer de si, perderá a força da sua memória. A relação consciencial da experiência de viver a vida reside nas descobertas que fazes ao longo da sua experiência de viver a vida. Essa experiência pode ser percebida como relacionada ao suirsoma. Mas, podes, mais do que o suirsoma, perceber que quanto mais se esforçares para segurar-se em seus vasos, quanto mais conduzi-los sem fugir da sua missão, mais ganhará a noção da sua existência, e se dispersares na tentativa de desfazer-se de suas necessidades, menos lembrará, menos saberá, menos buscarás a si e à sua própria experiência. E quanto mais perceberes que o peso da existência em suas mãos, em seus ombros; quanto mais sentires e adotares para si, mais se aproximará de sua consciência, e mesmo sem saber, da sua essência de amor. Em certo momento, compreenderás o seu destino, pois o destino da areia era conhecido, e o desconhecido relaciona-se à dispersão, ao abandono, à indiferença. Entenda-se, pois, que a experiência de cada um, muitas vezes compartilhada, ou dependente uns dos outros, raramente especificamente em um só ombro, mas sempre coletivamente distribuído, nos deixa a noção de que seria melhor se a humanidade percebesse quão importante é a presença uns dos outros em suas vidas. E, que, na medida em que se distribuem os pesos, sem fugir do seu próprio peso, em seus ombros, em suas mãos, em seus pés, em seus joelhos, em seus quadris, em seus corações, mas em suas inteligências, em suas decisões, em suas escolhas, tenham coragem de seguir em frente, percebendo que dentro de si sempre estará se aproximando de sua luz íntima de amor. Paz e Amor. Paz e Amor.
Agradecimentos e boas vindas ao retorno dos encontros
Grupo: Queria agradecer e pedir mais uma vez pela região, pelas pessoas que vivem aqui, pelo morro, pedir por eles, e também para as pessoas que sofreram essa tragédia nesse início de ano, para os que foram, ficaram, mandaram, que interceda por todos e suas famílias.
NA: Igualmente agradecemos a presença de todos e que o amor seja a referência para que possamos alcançar a essência de cada um. Isso só é possível a partir da força do amor. Agradecemos. Paz e Amor.
Grupo: Queria pedir para vocês me acompanharem. Vou fazer uma intervenção na sexta-feira.
NA: Acompanharemos e estaremos emanando o amor que destinamos a vocês. Paz e Amor.
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NA: Caros irmãos, pensemos de uma forma mais ampla. Quando se dá a mão a alguém, a mão significa a cumplicidade e o compartilhamento de experiências e aprofundamento na convivência. Normalmente, a convivência depende das noções daquele que estende-se pelo outro, daquele que recebe, daquele que dá. Entre dar e receber, muitas vezes, pode se perceber as diferenças que, apesar do aspecto óbvio da diferença, nada é óbvio pelas qualidades dessas diferenças. O amor entre as pessoas só pode ser compreendido à luz do amor incondicional, pois é a incondicionalidade que faz a cumplicidade; é a incondicionalidade que o torna gratuito; é a incondicionalidade que faz reverberar as condições da experiência física na sexualidade e nos rumos mentais daquilo que se constrói, daquilo que se entende como família. Mas, independentemente, é na incondicionalidade que se percebe que algumas vezes a humanidade se impõe a si como forma e como conteúdo. Tanto a forma quanto o conteúdo, como na estória dos vasos, às vezes pesam mais do que se acha que deveria pesar. Algumas vezes, criando abismos e diferenças qualitativas entre as pessoas. Mas, certamente, é da humanidade oscilar em torno do que se denomina amor. Mas, não se oscila em torno de sua incondicionalidade. É possível entender essa incondicionalidade. Principalmente, compreender que a humanidade aprende, se desenvolve e consegue. É preciso crer e persistir, assumir a sua parte, assumir as suas partes. Cada um do seu modo pode contribuir para a incondicionalidade quando o amor exerce o seu poder indefinidamente, incondicionalmente. O amor é a essência da experiência da convivência. Que seja fortalecida e alcançada. Amem-se a si e a si. Paz e Amor.
Grupo: Às vezes, eu fico curiosa sobre o que está do nosso lado e não percebemos. Percebo que estão aqui, também para aprender. ………. Essa sensação procede ou é ilusão?
NA: Muitos filósofos humanos abordam a relação entre a imaginação, a ilusão e a realidade. A mente é real? O pensamento é real? Ou é um produto de processos fisiológicos? A consciência existe? Se ela existe, é feita de que? Se dentro de si já há tanta dúvida, que não pode até certo ponto, a própria ciência humana, por ora, revelar. Pois, compreender aquilo que só o indivíduo pode saber de si, ainda é uma forma antiga de ser para si, quanto mais algo que se diz existir e para a dúvida é mais concreta do que o seu próprio pensamento. O corpo comprova o que você sabe dele? Ou lhe põe mais a dúvida? Pois, as experiências, tão diferentes de um para outros, ainda não conseguem caber satisfatoriamente em uma comprovação. Do nosso ponto de vista, tão exótico quanto aparentemente místico, podemos dizer que tanto os seres Aintai, ditos encarnados, quanto os seres Intai, ditos desencarnados, ou espirituais, sim, eles acompanham como vocês acompanham. Eles pensam como vocês pensam. Eles escolhem, traduzem, revelam, fogem, aceitam, sentem. Então, por estarem em situações físicas diferentes, não podem revelar-se por uma questão da própria natureza, como alguém que está fechado em um quarto que você sabe que lá está, mas não pode ver, nem tocar. Talvez, mais ainda, alguém que está em uma espaçonave, fora da Terra, e conversando com você. Você sabe que lá está, pode explicar. Até certo ponto, pode compreender, mas, de fato, é preciso ponderar que todas as dúvidas têm uma grande utilidade: ajudar você a confiar em si mesma. Desconfiar das coisas não só é necessário, mas pode aumentar a sua noção daquilo que desconfia. Se tiveres interesse, irá estudar e buscar compreender. As explicações, muitas vezes, são necessárias para que se possa de alguma forma trazer a luz daquilo que é opaco, daquilo que está na ignorância, da sua própria mente, daquilo que está no escuro, que não fora revelado, de alguma forma. Não importa se o real, na linha divisória entre o real e o imaginário, se o que é real é realmente real. Se o que é irreal, ou o que é imaginário, ou uma alegoria, não importa, porque há uma distância entre compreender aquilo que se entende, e diz-se entender, aquilo que se compreende. Veja, a Lua está a 300.000 km. Você vê, mas há um buraco negro no centro da Via Láctea. Você não vê. Você crê? O que faz você crer pode encontrar-se numa linha divisória entre o real e os modelos imaginados para uma realidade em vias de ser compreendida. Ela é real? Não há como provar para você simplesmente porque a imaginação de quem comprova ainda oscila entre a realidade e a fantasia. A ciência aproxima. A ciência, como método, mas a experiência e as suas noções do cotidiano, daquilo que lhe acontece, daquilo que faz você conviver, descobrir, avançar, trabalhar, abandonar, revelar, para si, para as crianças, para a existência, esta linha divisória, ela existe na mente imaginária de cada um. Ela existe na existência? Será? Paz e Amor.
Grupo: O que é o Vaso de Zama? O que é Zama?
NA: Zama é aquilo que pertence a cada um. O vaso que lhe pertence é a sua experiência de viver a vida. É o seu suirsoma, são as forças da natureza que compõem o seu corpo do micro a todo o universo. Zama é o que está em seu caminho. Na natureza não há sobra e não há falta. Aquilo que sobra pertence a alguém. Aquilo que falta é o que tens que buscar. Não nominalmente e diretamente, e indiretamente como uma lua suirsômica.
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NA: Grande amiga, da luz do sol aos reflexos na Terra, sempre se encontram as interfaces com as sombras. Um dia mais nublado, frio ou quente, no outro, quente ou frio, com sol a pino. O que se pensa? O que se faz? o que acontece? É preciso crer em si, encontrar o amor em seu caminho. O amor está em toda parte. Muitas vezes, acontecem coisas que parecem surgir de uma negatividade. Mas, às vezes, essas coisas não são da negatividade, são dos ajustes e das descobertas que se têm quando se quebram algumas ilusões. Normalmente, a quebra de ilusões pode trazer consequências especificamente questionáveis. Mas, logo após, aquilo que se aprende demonstra que faz parte da experiência de viver a vida. Não tenha medo. Confie em si e siga a luz do amor. Paz e Amor.
Grupo: Qual seu conselho para que a gente não deixe a areia cair no chão no caminho? Não sabemos qual é o caminho, muitas vezes…
NA: Ou, às vezes, não se presta atenção. Os caminhos são indefinidos. Aquilo que se sabe, se sabe quando acontece. E quando acontece, muitas coisas já são traçadas à frente no tempo. Se não se prestar atenção, tudo pode acontecer novamente. Então, as areias caem pois o próprio movimento de levar os vasos, se o vaso estiver cheio, mais areia poderá cair. Às vezes, o vaso é muito grande. Mas, é o seu peso. Às vezes, está vazio, e nem tem areia mais. Então, se cair pouca areia, perderá pouca memória. Se cair muita areia, poderá ficar indiferente à sua experiência de vida. Então, viva! Viva o que tiver que viver. Sinta! Pense! Lute! Aceite! Às vezes, é preciso resignar. Às vezes, sem um pouco de arrogância, não se sai do lugar. Aquilo que excede é possível sentir da mesma forma quando falta. Quando se compreende a luz do amor, poderá perceber que a areia que cai vira luz. É porque está em equilíbrio com aquilo que você faz. Confie em si. Afine o coração com a mente. Afine o corpo com o “espírito”. Confie em sua existência. Ela segue as rotas do amor. Paz e Amor.
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NA: Caro irmão xxxxx, seja fiel ao seu coração. Muitas vezes, quando os rumos giram uma bússola, é porque houve uma alteração magnética, de alguma maneira. Se isso for tão permanente que lhe dê a sensação de eternidade, é porque acomodaste no mesmo lugar. Perceba que tudo é transitório. Tanto as coisas boas, quanto as não tão boas. É preciso esperteza, e a esperteza, no bom sentido, revela uma grande capacidade de superação. E assim que confiar em si, essa capacidade irá se expor para o mundo. Então, não tenha medo. Não se esconda de nenhuma forma. Se mostre como queira a sua necessidade. Mas, essencialmente, mantenha-se sereno. Despreocupe. Ocupe-se de superar. Ocupe-se de amar. Descubra-se. A vida só está em sua plenitude. Que seja por meio do amor. Paz e Amor.
NA: Quando se segue, cada um em sua trajetória, não de forma egoísta, não sem depender um do outro, não de forma isolada, não de forma ofensiva, não de forma violenta, não de qualquer forma abandonado; quando se segue a vida buscando aquilo que sente porque encontra em seu ser um sentido específico em seu sentir; quando se segue a vida vislumbrando a maravilha do ar e percebendo que aquele astro lhe compõe da mesma forma que o vislumbra numa nuvem ao lado; quando se percebe a vida num caminho de passos cuidadosos; quando se ganha noção de questões da humanidade, como a dor de uma tragédia; quando se conformam os sentidos de saber que a vida pode ser resumida – resumida em uma transformação – não se pode dizer que sim nem que não. A verdade nunca é algo tão claro e certo. Sempre parece algo além do que se pode compreender. É uma parte de cada um que forma, como um quebra-cabeça, um todo que não alcança a consciência. Mas, quando dormir, o seu sonho irá viajar e enxergar. Enxergar com o coração, como cada parte forma uma única nação, uma única noção humana – o sentido de viver a vida, seja através da angústia, seja através da felicidade. Há de se ter certeza em seu ser, se você sabe que aqui você está. Então, também saiba que outros sabem de você. Muitos outros. Você não está só. Você é também a humanidade. Nós humanos temos sempre a oportunidade de saber onde estamos. Se estamos aqui, se estamos lá. Aqui e agora no tempo, vivendo, ou lá, num tempo ultrareal, mais ao alcance das esferas siderais. Nosso amor é essencial para que possamos descobrir uma humanidade verdadeiramente, pois, saibam, para outros seres, humanidade não é uma boa palavra. Então, precisamos encontrar o amor. E modificar a compreensão que outros têm de nossa humanidade. Eu preciso agradecer toda vez que digo e tenho a oportunidade de dizer para outros humanos. Agradecemos muito. Brevemente voltarei para o convívio desta humanidade. E quero me encontrar com uma humanidade melhor e, por isso, me preparo profundamente. Desejo a todos muito amor, muita paz. Palavras de um irmão humano acompanhante de nossos caminhos. Agradecemos. Paz e Amor. Paz e Amor.