Paz e Amor.
Peguemos três situações. Duas das estórias já foram contadas, mas não associadas umas às outras.
Certa vez, uma tartaruga, diante de um incêndio, precisara atravessar o rio. Quando ia atravessar, o escorpião pediu para que fosse em seu casco. Mas, a tartaruga, muito desconfiada, não queria permitir. O escorpião insistiu tanto, que a tartaruga cedeu, mas impôs condições. Pediu ao escorpião para que não a matasse. E, assim, foi feito. O escorpião aceitou não fazer tal ação. O incêndio estava intenso, e já era hora de ir. Assim, o escorpião subiu no casco da tartaruga, e esta pôs-se a nadar em direção à outra margem com o escorpião em seu casco. Quando passava do meio do rio, o escorpião enfia o seu ferrão no pescoço da tartaruga, e esta, agonizando, pergunta: Escorpião, por que fez isso? O escorpião, pasmado, diz: É a minha natureza. E os dois sucumbiram na correnteza do rio.
A segunda estória diz que uma formiga também queria atravessar o rio. Mas, não sabia como e perguntou a um castor. O castor disse: ‘Pegue uma folha e se deixe levar.’ Assim a formiga fez. Arranjou uma grande folha e juntou-se a outras formigas em cima da folha colocada no rio. A folha com as formigas foi naturalmente levada pela correnteza. Aflitas, as formigas perceberam que não dava para nadar contra a correnteza. Então, perceberam que deveriam navegar no sentido da correnteza, indo, pouco a pouco para a outra margem, contando, pois, com as suas perspicácias.
Uma terceira estória diz que um falsário pôs-se a perseguir uma determinada pessoa. E esta, aflita, perguntou a uma senhora idosa, sentada à beira da estrada. Ela disse: ‘esconda durante o dia, e siga em frente durante a noite’; Lhe entregando um espelho, disse: ‘o espelho durante o dia reflete a luz, mostrando qualquer um. Mas, durante a noite, só mostrará quem luz tiver. Aquele que possui luz dentro de si não precisa externalizar a sua luz. E aquele que não tiver, baseado em sua insegurança, se utilizará de alguma luz. E, assim, o espelho irá revelar para si próprio. A pessoa se escondeu durante o dia, esperando anoitecer. A noite veio e o falsário, a procura-la, acende uma lanterna. E, no caminho escuro joga para os seus pés a luz da lanterna. Não enxergando à sua frente com nitidez, passa de um lado para outro, em busca de sua vítima. Mas, este outro, a pessoa que fugia do falsário percebeu a engenhosidade do espelho. Postou o espelho em direção ao falsário, e este iluminando o espelho, iluminou a si próprio, denunciando-se ao mundo. Desta forma, a pessoa viu-se livre do falsário.
As três estórias descrevem situações de forma metafórica, mas alusiva a situações de traição ao vislumbre do mau caráter e à inocência de suas vítimas. Enquanto o escorpião confirmava a sua própria natureza para si próprio, naufraga sob suas próprias condições. As formigas consultaram a experiência da correnteza do rio. Mas, foram perspicazes para superá-la, não indo contra a correnteza. Ao mesmo tempo, amadurecendo as suas reações, de maneira que é preciso navegar no mesmo sentido da correnteza, sem deixá-la levá-las. Quanto ao falsário, a simbologia da estória faz requerer que a percepção da ilusão revela para o mundo uma determinada situação – a situação sobressai do controle do falsário, convertendo o egoísmo à revelação de si mesmo, proporcionando à pessoa, vítima do falsário, solucionar baseado em suas consultas. A relação entre as estórias pode ajudar a refletir que em um caminho turbulento, deve-se não confiar naquilo que já se sabe da natureza daquele que se julga no apoio da situação. Mas, enquanto isso, deve-se confiar em si próprio, procurando perceber as nuances das turbulências, não navegando em sentidos opostos, mas no sentido oblíquo à margem de segurança. Ao mesmo tempo, compreendendo que quem se mostra na escuridão é quem não tem luz própria. E, desta forma, a ação é infrutífera quando se protege a vítima, devolvendo àquele o que ele emite por si mesmo. As três coisas se complementam em ações de leveza e respeito, quando não se minimiza as intenções nocivas de alguém. Ao mesmo tempo, é preciso ações não contra a correnteza mas oblíquas, no sentido da margem de segurança. Quer dizer que deve acompanhar as questões de maneira a providenciar distanciamentos, para alcançar a margem de segurança, revelando para o outro em forma de espelho, isto é, aonde a sombra se mostra para si próprio. Isto equivale a sempre espelhar palavras e gestos para o próprio. Uma vez que está na escuridão, atenta-se aos seus gestos de forma egoístas. O egoísmo é a escuridão. Mostrar ele para ele próprio nos momentos apropriado dos seus gestos por si só acumularão sentimentos específicos de suas próprias ações, tornando-o mais inseguro e instável. Simultaneamente, manter-se confiante, sereno, e firme. A luz do amor não lhe impede agir com rigor, quando precisa definir o espaço e o tempo das ações destrutivas de alguém. Emitir o amor é uma consequência da compreensão madura das situações. Conjuntamente, defini-las para aqueles que não a definem tornará mais lúcido e compreensivo para quem defende. O amor é a luz da clareza. Portanto, siga-se baseado no amor. Agradecemos. Paz e Amor.