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Paz e Amor.

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Há um ser vegetal que damos o nome de Dzara. Esta planta é a chamada Três Marias, que se toca e ela recolhe. Ela é uma planta medicinal pouco conhecida com este objetivo, pois é entendida como erva daninha. A reação idêntica à Dzara é muito comum na humanidade, pois é uma situação de defesa do tipo “Não me toques”.

“Há muito tempo, havia uma tribo no deserto, cuja reação social  era Soma Dzara, de tal forma que todos aqueles que ali chegavam, percebiam nos olhares, nos gestos, nas formas de expressão vocal, uma grande dificuldade de se aproximar, e qualquer informação que se desejasse, seria quase impossível de se conseguir, muitas vezes sem nenhuma palavra. Num dado momento, uma pessoa desta tribo fora raptada por outro de um lugar mais ao sul do continente africano. Como já era uma criança um tanto maior, por volta de oito a nove anos, já tinha a experiência de Soma Dzara. E o que lhe ficara na memória, mais persistentemente era a impressão de Soma Dzara. Entretanto, depois de algum tempo, ela foi para grandes centros da Europa e da América do Norte. Frequentou grandes universidades na época, e retornou para o ambiente pós-rapto. Coincidentemente, em um embate dessas tribos, ela foi novamente raptada, só que desta vez, por sua própria tribo original. Ao ser alvejada, ela faz um canto que dizia, entre outras palavras, que Soma Dzara era um toque na alma e um toque no coração, só poderia entender quem era da mesma nação. Ao cantar essas frases, toda a tribo pôs-se a chorar, reconhecendo aquela que fora raptada.”

A experiência da sensibilidade perpassa a experiência da memória, que constrói no corpo caixas de Pandora. As caixas de Pandora são caixas antigas, orientais, com segredos para abri-las. Soma Dzara relaciona àquilo que no ser humano são os tabus, os preconceitos, as limitações, as restrições de si próprio, ou de si própria; as imposições de fora, as soberbas, os orgulhos, as vaidades, os entraves corporais, os desfechos negativos, as fissões sociais, familiares, onde não se pode mexer porque Soma Dzara reage imediatamente, se fechando. A experiência corporal, como muitas caixas de Pandora, com muitos segredos, em que é quase impossível na consideração de si próprio, ou de si própria “mexer”, encostar, tocar. Muitas situações da vida cotidiana estão relacionadas a Soma Dzara, estão relacionadas ao que se considera desta planta como sensível, mas intocável, porque se fecha. Não é só uma defesa, é uma concepção. Quando tratamos de uma realidade no limiar entre a mente e a praticidade dos mundos materializados, vendáveis, parece que há grande estímulo para Soma Dzaras agirem como forma ideal para os seres emaranhados em si próprias ou em si próprios, de maneira a se castigar, a se punir por coisas tão complexas que talvez venham de outras gerações, ou talvez não tenham nada a ver com quem se protege, pois não sabe exatamente do que se protege, ou do que se reage. Então, se somatiza, se transforma em corpo de Pandora. Soma Dzara é uma experiência humana capaz de fechar a mente do corpo, capaz de impedir que o corpo interaja, oferecendo à mente as soluções de si. Então, trouxemos a ideia de Soma Dzara para que pensem que sempre as limitações, as imposições, as formas excessivas de bons exemplos, as imposições moralistas, as regras de “retidão”, sempre são e sempre foram suspeitas. Elas dirigem para o condicionamento, para a opacidade da sensibilidade, para a imposição daquilo que pode trazer luz, daquilo que pode trazer o amor sendo dividido por muitos. É preciso perceber em si o equilíbrio entre o que o mundo prático lhe impõe como sendo correto para ser um diante do outro, e ao mesmo tempo, sem perder a capacidade de avaliar o seu próprio equilíbrio, pois afinal o equilíbrio está em toda parte. E Soma Dzara passará a ser diante de sua memória, equilíbrio e não limitação. As referências da realidade precisam ser dialogadas, percebidas, sentidas e vivenciadas à luz do amor, questionando-se suas Soma Dzaras. Soma Dzara é símbolo daquilo que precisa se equilibrar. É símbolo, é significado do que ainda não se equilibrou, mas precisa se equilibrar. A luz do amor é a melhor referência para Somas Dzara. Paz e Amor. Paz e Amor.

Grupo: Como buscar esse equilíbrio?

NA: exatamente percebendo o que desequilibra. Pode parecer óbvio, mas o óbvio não é fato. Pois, muitas vezes se protegem de forma a estabelecer relações complexas de auto-defesa, de não me toques. Por isso, o amor é essencial. Porque é preciso compreender a si, mas perceber quando o desequilíbrio pode preencher as partes desequilibrando mais. Então, é preciso as referências do amor para dar a si a noção de Soma Dzara, e não uma crítica impiedosa que estimula exatamente o contrário, não perceber a si. O equilíbrio Soma Dzara quer dizer amar e confiar em si.

Grupo: Tenho percebido isso muito neste momento particular, coletivo, que a gente tem vivido, e vivo uma angústia particular, em função da minha família, essa falta de discernimento, de quando me expressar, ou quando ficar calado. Uma certa insegurança de criar atritos. Essa analogia a Soma Dzara me bateu um pouco assim. Saber realmente o ponto desse equilíbrio. Isso tem sido difícil. Tentar acertar esse ponto. Tem a ver, né? Com essa explanação sua?

NA: Muito bem, o amor é uma boa resposta aos desequilíbrios que a vida proporciona.

Grupo: Curiosidade. Propriedades medicinais desconhecidas nesta planta. Quais seriam? Pode falar?

NA: Pode ser dito porque, na verdade, a ciência ainda não pesquisou e nem tem referência específica para isso, mas é conhecida como amiga do fígado. E povos orientais utilizam ou utilizavam para problemas relacionados a bebidas alcóolicas.  Mas não é um preparado simples. Não vem ao caso.

Grupo: com relação a esse ponto de equilíbrio, o exercício que você deu, Pina, também ajudaria a conseguir ter um maior discernimento? Quando eu faço o exercício, eu às vezes tenho a sensação de algo que estou vivendo, e que ali na hora tenho mais paz, não tinha pensado neste aspecto do ponto de equilíbrio, só o físico ………..

NA: Mas já falamos também que o exercício relaciona-se aos sistemas de paridade do organismo, e mental-físico, físico-mental. E “espiritual”, para simplificar.

Grupo: Esse exercício fortaleceria a superação do Soma Dzara?

Grupo: Entendi que são o tanto qu ………..

NA: Citamos as caixas de Pandora porque têm segredos, não têm chaves. Cada ser humano, mesmo que não saiba, tem os seus segredos, que não quer dizer segredo bom ou ruim, mas coisas que ele não sabe, ou coisas que ele sabe, mas que não sabe lidar. Mas, que não tem coragem de mexer, então prefere ou subconscientemente prefere esquecer, deixar pra lá, até porque algumas dessas situações são como caixas de marimbondo. Então, cada um precisa lidar com seus equilíbrios, solucionar por meio do amor porque o corpo os expressa direta ou indiretamente, cedo ou tarde. E é possível lidar consigo tendo como referência o amor incondicional que pode trazer conclusões mais sensatas em relação às interrogações da vida, em relação aos nós que cada um está vivendo ou sofrendo, impondo ou acatando. Independentemente de quais são os “problemas”, o amor é uma ótima referência para se ter noção deste chamado equilíbrio Soma Dzara. Digamos que a expressão equilíbrio Soma Dzara quer dizer equilibrar aquilo que se percebe desequilibrado. Buscar soluções o quanto antes possível daquilo que se percebe, que necessita ser solucionado. Isto é equilibrar Soma Dzara.

Paz e Amor. Quando se percebe que algo precisa de atenção dentro da sua mente ou no seu coração, olhe para a luz do sol, por onde os raios encontram algo em seu ser. Seja sempre receptivo a alguma dor que lhe é causada. Não a negue, não a relegue ao esquecimento. Perceba que cada um tem em si o seu espaço para saber o que acontece em seu ser que você não sabe. A dor, o sofrimento, podem não ser considerados boas coisas, mas são necessárias para dar oportunidade para não vivê-las. Se não souber, sofrerá sem saber. É preciso sentir pelo menos até se decidir, pois, mesmo que pouco a pouco, você pode se melhorar. Confie em seu ser, pois, um dia, a luz do seu coração encontrará a sua razão. Estejam sempre abertos e sensíveis, como Dzara, mas abertos para a luz. Não se fechem em caixas de Pandora. Não se cerquem de tanta defesa, pois as defesas excessivas se transformam em dor. Aprendam a descobrir a si com delicadeza, com respeito, com paciência, com persistência, com amor. Pois, tudo tem solução. Normalmente, a melhor dessas soluções está em suas mãos. E estas soluções chamam-se amor. Paz e Amor. Agradecemos. As águas estão energizadas por nossos irmãos de energias azuis.