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Paz e Amor.

 

Diante de uma paisagem, o nascer do dia reflete os raios observados desatentamente, por impressionados olhos. Os pássaros certamente elogiam cada raio solar com seus sons. Ao mesmo tempo, a brisa renova a cada instante o ar que se respira. O tempo esquenta e modifica o estado de quem vislumbra. Não é mero acaso que a displicência desvaloriza o estado íntimo de ligação com o nascer de um dia. Há tantas coisas à frente de uma paisagem que, às vezes, se permite ser frívola, simplesmente porque o cotidiano lhe impõe afazeres e preocupações. Mas, muito antes dessas manhãs, há que se considerar que lá está a vislumbrar o frescor como uma oportunidade.

O dia-a-dia também faz desvalorizar o horizonte que se projeta do universo para o corpo de tantas pessoas. E, poucas vezes, o vislumbre leva à reflexão íntima de seu próprio valor. Essencialmente, o valor não é de uma peça. O valor é de uma consideração simples. O sol brilha na paisagem, mas ao lado há uma cena de uma flor, que mais escura do que o sol, reflete também o desprezo que brilha em sua situação, no recanto da paisagem.

Cada um reage com seu próprio modo de perceber os elementos de si e da paisagem. De si aos afazeres que faz-se ligar em futilidades maiores, mais importantes, mais significativas, mesmo que o desdém à paisagem contraste com a urgência das soluções cotidianas. Desde cedo, as urgências cotidianas que se fazem de repetitivas se somam em pequenos atos que representam abandonos de si.

Ao longo do tempo, não se pode perceber quantas ações de auto-desdém se somaram. Mas, em um certo momento, elas se acumulam e se formam como oportunidades do corpo dizer: “aqui estou para você”. Certamente, não se pode empilhar as coisas de cada um, como se fossem karmas, ou como se fossem dívidas específicas. Mas, simplesmente como referências de si que vão ficando para depois. Não se pode cobrar de si o que não se fez, porque não se pode saber o que deveria ter sido feito. Então, o passado é passado. E não é preciso passar a limpo algo que se perde nas névoas de cada um. Olhar para si aqui e agora com amor é preciso, pela luz que indica que as soluções de cada um sempre existirão. E essas soluções devem partir da compreensão que em seu ser se forma de si mesma.

Ao longo de uma vida, se constroem tantas coisas, que essas coisas tendem a se equilibrar, uma após uma. Seguidamente, contribuem para contrapesar as diferenças que iam se formando, e agora já estão formadas entre si e os outros sis, externos. Há aqueles que dependem de suas formações terem sido concluídas pelas necessidades dos outros. Há outros cuja formação aos poucos evidencia pequenos abandonos. Mas, grandes significados. Às vezes, nos canteiros, encontram habilidades, vontades, sonhos, e muitas vezes, até por delicadeza, se espera mais do que se obtém como resultado de auto-consideração.

O mar avança aos poucos, deixando bem claro que não é pelo poder de sua energia, mas pelo que as areias, as rochas e os espaços cedem, e na essência de cada um, seus brilhos se sobrepõem, mais socialmente do que voltados para o seu si. Não se constroem reações orgânicas sem nenhum motivo. Elas dizem que há prerrogativas abandonadas. Mas, que não é preciso se arrepender e, sim, se respeitar, se amar. Não é preciso concluir, mas obter de si uma compaixão leve e profunda. O amor próprio está lá, esperando ser encontrado. Há muitas formas de compreender o que dizem as formas orgânicas e os resultados interativos entre a mente subconsciente e o ser que passou a vida se dedicando a causas específicas, às vezes, dos outros. Não é preciso certamente impedir que as causas sejam apenas suas. Mas, os egoísmos se deslocam de forma às vezes voluptuosa, trazendo distorções de si, quando de frente para os desafios e para responder para si mesma.

Responder quer dizer ouvir, quer dizer que a introspecção traz ligações verdadeiras entre as necessidades de uma vida cotidiana, em frente a uma paisagem qualquer. Mas, que se observa a simplicidade de uma flor ao canto, mesmo que o sol seja o centro das atenções. Isso só reflete sutilmente as considerações para consigo, diante de tantos desafios. Para alguns, nem tanto. Para outros, absurdamente muitos. Suponhamos que antes de vir ao mundo, tivesse combinado em fazer algo, e quando ao mundo chegastes, percebestes apenas os inversos, sem notar que as virtudes estariam em apenas reconhecer dentro de si suas próprias virtudes.

Como são muitos caminhos, considere-se cada caminho possível, beirando sempre uma busca de si, em que aquilo que se constrói já é agora uma transformação daquilo que foi construído evidentemente mesclado entre a consciência e a inconsciência. A relevância das ações relaciona-se com o sucesso de si em seu coração, com o sucesso de si em sua mente.

O sucesso são as possibilidades que hoje se colhem. Mas, elas não são cabais. Elas são continuidades. Apesar disso, não são contínuas, são descontínuas. Elas surgem em momentos específicos. Desaparecem e voltam. O sentido a que se dá aos enigmas dos sentidos que se obtêm como compreensão. Essas metáforas não fazem sentido quando se constrói fragmentadamente e irresponsavelmente sua própria essência.

Não é o caso, mas obtém-se de si uma luz e a luz é a reação do organismo em obediência à mente que suplica ao ser ser o que está vivendo. Naturalmente, a maturidade pode fazer suprir uma compreensão mais profunda que pode levar a um estado de cura, através do amor.

Diz-se que a luz do amor é uma energia ou é um guia, ou é uma forma de obediência àquilo que a própria natureza diz ser. O amor é uma essência, apenas uma compreensão. Mas, está intimamente instalada em seu ser. Pode ser encontrada. Pode gerar a energia necessária para qualquer ação. Mas, o amor em sua incondicionalidade tem em si uma única condição: confiar em si. Esta referência incondicional do amor revela que se pode substituir a dor pelo amor. Revela que qualquer experiência que se tenha vivido pode ser conclusiva no seu encontro consigo na incondicionalidade do amor, através de uma confiança renovada. Pois, qualquer que seja a condição resultante de toda uma vida, ela sempre será principiante para si diante de sua confiança.

É possível e é preciso crer incondicionalmente na sua força íntima do amor. Não haverá doença, não haverá desavença. Não haverá desequilíbrio. Não haverá incerteza. Não haverá descontinuidade. O amor pode fazer tudo aquilo que está na paisagem de uma manhã, em que toda a energia do sol, projetada para o cosmos, seja tão importante quanto uma mera flor ao canto, na sombra desse sol. O amor é o equilíbrio, é um encontro consigo. Confia plenamente em sua própria condicionalidade. A essência do amor é a confiança. A confiança em si, em sua própria existência. É o que faz a transformação ser o que ela deve ser, baseada no que é para si, sem medo, sem desconfiança, sem incerteza. Confie no amor. Paz e Amor. Paz e Amor. Agradecemos.